sábado, 2 de fevereiro de 2013

Eu, Malika Oufkir - Prisioneira Do Rei





Autora: Malika Oufkir e Michèle Fitoussi
Editora: Companhia das letras – 366 páginas


O livro é a biografia da pequena Malika, filha do general Mohammed Oufkir. Conta sua vida no Marrocos, desde que foi separada de seus pais para ser criada por um soberano, passando por sua prisão desumana, até sua sonhada conquista de liberdade, ainda que relativa, quando se trata de feridas tão profundas.

O livro é dividido em duas partes distintas, a primeira parte é suntuosa, cheia de luxo, vestidos, festas e até atores hollywoodianos, a segunda é angustiante, dolorosa, penetrante em suas descrições do cárcere, tendo em comum apenas e tão somente um profundo sentimento de solidão.

O livro apesar de escrito por uma jornalista francesa é todo escrito em primeira pessoa, acaba sendo um mergulho na cultura marroquina, rica em detalhes da vida do rei, e suas esposas, concubinas e filhas. Mas não em demasia a ponto de cansar o leitor.

Eu me senti praticamente dentro do livro, aproveitei os bons momentos, chorei com Malika. E rezei quando percebi como pode ser grande a maldade humana.
Recomendo para quem gosta de história reais, de força e superação. Quem gostou do diário de Anne Frank, com certeza irá gostar desse livro.

Ele também serve muito bem para quem pensa em desistir da vida no primeiro obstáculo, a força de Malika impressiona, pois ela passou de uma princesinha para uma lutadora, mesmo quando lhe tiraram tudo, e lhe prenderam em uma jaula insalubre, ela ainda depositou suas esperanças no poder das histórias enredadas pela sua imaginação, tornando-as um bálsamo para todos os seus companheiros de cela, a sua família. 


“A gente ia ao apartamento que Irene tinha alugado, dançávamos sirtaki, bebíamos vodca e champanhe, ríamos, cantávamos e voltamos de madrugada, de Maserati ou Lamborghini, levados pelo filho do rei Fahd da Arábia ou por um jovem ator grego Yorgo. Era assim que eu aprendia inglês... (pág 102)

“A cada dois dias, os guardas nos traziam o pão em caixas de papelão (...) tirávamos num tempo recorde a película que as cobria. Ela nos servia para anotar as histórias que eu contava (...)
Um dia, quando estava ocupada tirando o papel, vi as três meninas lambendo no chão as migalhas que caiam da caixa. A partir daí, instaurei uma regra. Em vez de brigar como vira–latas elas teriam direito, cada uma num dia, à “sua vez” de comer as migalhas.” (pág 193)



As escritoras:

Malika Oufkir, filha de Mohammed e Fátema Oufkir, foi presa, junto a sua família por 20 anos após seu pai morrer ao liderar um golpe de estado,tentando derrubar o rei Hassan II.









Michèle Fitoussi, jornalista francesa, (embora nascida na Tunísia), escreveu para a revista Elle, teve cinco livros publicados, sendo três de ficção, e seu romance Victor foi adaptado para o cinema em 2009.





Fonte: Wikipédia, companhia das letras. Imagens do Google


Um comentário:

  1. Nossa, história sofrida. Afff, estou dando um tempo de histórias assim, rsrs...
    Gostei da resenha!
    Beijos!!!

    Ahhh, sou a Flávia do Skoob, tb participo do grupo Desafio Literário.
    O site que organiza o desafio desafiante abriu um autolink para postar as resenhas.

    ResponderExcluir

Olá, se você gostou do conteúdo do blog (ou não e quer deixar alguma sugestão), não hesite em deixar um comentário. Ele fará uma blogueira iniciante muito feliz.