quinta-feira, 17 de abril de 2014

Resenha: Memorial de Aires


Livro: Memorial de Aires – 180 páginas
Editora: Saraiva

Tenho esse livro já há algum tempo, ganhei-o de um bibliotecário, mas só o li esse ano. Por causa do Desafio de livros brasileiros.

Me sinto até sem graça de escrever uma resenha, por que nada do que eu diga chegará aos pés do livro. Posso dizer que sou fã do Machado de Assis depois desse livro, abriu meu apetite por outras obras machadianas.

A narrativa é simples, fácil de ler, mas, ao mesmo tempo, muito pontuada por quotes ótimos. Fiz uma pequena coleção delas.

A narrativa é um pouco diferente pois o ponto de vista é de alguém um pouco fora da linha dos acontecimentos,(pelo menos do romance), o personagem principal acompanha a história, de forma paralela, quase como um observador. Ao mesmo tempo que insere observações pertinentes.

Ficam aqui os quotes do livro, pois o que mais eu poderia escrever? Sem ser indigna com esse livro? Ele se fala por si só.

Pequena coleção de quotes machadianos:

“Gastei o dia a folhear livros, e reli especialmente alguma cousa de Shelley e também de Thackeray, Um consolou-me de outro, este, desenganou-me daquele; é assim que o engenho completa o engenho, e o espírito aprende as línguas do espírito”

"Não, papel, quando sentires que insisto nessa nota, esquiva-te da minha mesa e foge. A janela aberta te mostrará um pouco de telhado, entre a rua e o céu. E ali ou acolá acharás descanso. Comigo o mais que podes achar é esquecimento, que é muito, mas não é tudo”

“Não há alegria pública que valha uma boa alegria particular”

“Quando eu morrer podem vender em particular o pouco que deixo, com abatimento ou sem ele, e a minha pele com o resto; não é nova, não é bela, não é fina, mas sempre dará para algum tambor ou pandeiro rústico. Não é preciso chamar um leiloeiro”

“Deixo aqui esta página com o fim único de me lembrar que o acaso também é corregedor de mentiras. Um homem que começa mentindo disfarçada ou descaradamente acaba muitas vezes exato e sincero”

“Tristezas não são comigo. Entretanto, em rapaz,- quando fiz versos, nunca os fiz senão tristíssimos. As lágrimas que verti então, pretas, porque a tinta era preta,- podiam encher este mundo, vale delas.

Obs: Queria colocar aqui, que relendo e transcrevendo os quotes, senti algumas lágrimas surgirem e nasceu em mim a vontade o reler. O que farei ainda esse semestre, promessa de escoteira ;)


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