sexta-feira, 12 de abril de 2013

Agência número 1 de mulheres detetives




Livro: Agência número1 de mulheres detetives - 240 páginas
Autor: Alexander McCall Smith
Editora: Companhia das letras



Essa resenha faz parte do desafio realmente desafiante, item número 15 , um livro com capa feia.
Eu não gostei particularmente da capa desse livro por que o comprei esperando um livro de suspense/ detetivesco e achei que a capa não passava essa ideia, além da paisagem tão árida e diferente das que costumo ver.
Ainda não é uma das minhas capas preferidas mas aprendi a gostar dela. Pesquisando achei essa outra capa desse mesmo livro e simplesmente amei, pena que não o achei para
comprar....

Bem, vamos a resenha...



Demorei a ler esse livro, ele ficou parado na minha estante por um bom par de meses, mas quando o peguei para ler ele me conquistou no primeiro parágrafo literalmente, me entreguei a leitura desse livro com uma volúpia que a muito não tinha, a narrativa é gostosa, as palavras bem escolhidas, os personagens principais cativantes. Queria muito ser amiga de Mma Ramotswe, uma mulher de princípios, com uma inteligência e um instinto ímpar. Uma mulher que ama Botsuana, sua pátria e sua gente.

“Mma Ramotswe tinha uma agência de detetives na África, (…). O patrimônio da agência era: uma pequenina van branca, duas escrivaninhas, duas cadeiras e uma velha máquina de escrever(...)Uma agência de detetive precisa de mais alguma coisa? Agências dependem de intuição e inteligências humanas, ambas bem presentes em Mma Ramotswe. Mas esses são itens que ninguém jamais pensa em incluir num inventário, é claro.”(pág 9)

A aparência da protagonista já ganha por si só vários pontos, ela transgride o senso comum das heroínas modernas, ela é negra e gorda, ela está no outro extremo das mocinhas , ela é forte e agente da ação do livro, tanto intelectualmente, desafiando os costumes se tornando a primeira detetive mulher de Botsuana, quanto fisicamente, se disfarçando, atirando, e entrando no jogo para resolver os casos que lhe chegam.

O livro cita algumas vezes o nome de Agatha Christie, como grande fã dela que sou, fiquei fascinada com a singela homenagem, e claro percebe-se que a escrita da grande rainha do crime influenciou e muito o autor, mas esse não tentou copiar o estilo, ele criou o seu próprio, sua própria cadência, e fez bem.

Um tema que percorre vários trechos do livro é o machismo, um assunto espinhoso, tratado de uma forma leve mas sem esquecer de dar a devida importância. Adorei as lembranças escolares de Mma Ramotswe, principalmente no castigo que ela e a professora infligem a um pequeno projeto exibicionista  de machista. Queria que mais mães, professor@s, e etc... também coibissem atos assim, cortando o mal pela raiz.

“Mas pior que tudo era que ele desabotoava a calça, apontava aquilo que os meninos têm e ficava esperando que ela olhasse, Ela não gostava disso, não era algo que devesse acontecer numa escola dominical, E afinal de contas, que havia de tão especial naquilo? Era algo que todos os meninos tinham.(...) Não fazem ideia do ridículo que é.”(pág 43)

“(…) Eles a tratavam com um desprezo calado, uma vez que eram pessoas de outro tempo, aferradas à crença de que uma mulher abandonada pelo marido quase sempre merecia o destino que lhe coubera. Elas tinham que acolhê-la, sem dúvida, porém mais por obrigação do que por afeto.”(pág 37)

E claro que tem romance, só que ele não é ponto central da trama, mas é um romance tão fofo, tão platônico e delicado, que é difícil não se apaixonar pelo galante enamorado.

O livro é o primeiro de uma série, mas infelizmente, parece que só dois livros foram traduzidos e publicados no Brasil, a notícia boa é que a série virou série, rs, saiu do papel e se transformou num seriado de TV, também não achei com legendas traduzidas, mas vale a pena assistir uns trechos, pelas paisagens e claro pela Jill Scott (também cantora) que interpreta a protagonista.

Recomendo para quem gosta de suspense, policial, para quem adora se deleitar com uma leitura gostosa e aconchegante, mas nem por isso superficial dos problemas sociais atuais.
Esse livro me conquistou totalmente...

                                                     O autor:
R. Alexander "Sandy" McCall Smith , CBE , FRSE , (nascido em 24 de agosto de 1948) é um Rhodesian escritor nascido na Escócia e professor emérito de Direito Médico na Universidade de Edimburgo . No final do século XX, McCall Smith tornou-se um respeitado especialista em direito médico e bioética e serviu em comitês britânicos e internacionais preocupadas com essas questões. Ele se tornou conhecido internacionalmente como um escritor de ficção
                                                                                                                       Fonte: Wikipédia, imagens do Google





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