segunda-feira, 30 de setembro de 2013

A viagem do Elefante





Livro: A viagem do Elefante – 256 páginas
Autor José Saramago
Editora: Companhia das letras

Essa resenha faz parte do desafio literário mês de setembro, tema: Autores portugueses contemporâneos

Minha primeira intenção foi ler Ensaio sobre a Cegueira, que já vi o filme e adorei, mas por diversos motivos, não consegui : (

Também achei interessante a ideia de ler outro autor um pouco mais desconhecido, mas em cima da hora foi complicado, além de eu não conhecer muito da literatura portuguesa atual., então acabei escolhendo ler A Viagem do Elefante, e não me arrependi.

O livro conta a história do elefante Salomão e de seu cornaca Subhro, o paquiderme é dado de presente ao arquiduque Maximiliano pelo rei português Don João III.
E para que o presentado receba seu presente, é necessário que empreendam uma longa viagem, atravessando Portugal, Espanha, França e Itália.

Bem essa é a viagem do elefante, em uma época em que os meios de locomoção eram cansativos e
“Ter de pagar pelos próprios sonhos deve ser o pior dos pesadelos”
demorados, e as viagens muitas vezes eram feitas á pé, parte-se de Portugal uma comitiva, com um elefante e tudo o que um elefante pode precisar, fardos de alimento e tonéis de água.

O elefante é um personagem que embora sem voz, é carismático e nos toca o coração e a imaginação, quase dá para sentir a admiração de todos os que cruzam seu caminho nessa longa viagem.

E o seu cornaca Subhro, aquele a quem mais acompanhamos e conhecemos seus pensamentos, temores, incertezas, sua boa sorte e sua má sorte, é um personagem tão real, verdadeiro que custa a acreditar que seja só um personagem (ainda que a história seja real, realmente um elefante foi presenteado e realmente empreendeu-se tal viagem, esse é um romance de como tal poderia ter se sucedido)

Distância: 2.301,71 Km
A viagem conta com uma quase grande batalha, uma dor de barriga como um fato de grande importância ainda que acontecendo tardiamente, uma despedida emocionante, padres exigindo milagres elefantinos e claro por que não, um cornaca se aproveitando de sua fama e de seu paquiderme para vender tônicos capilares.

O livro é bem construído, como o li em português de Portugal, só consegui me familiarizar perfeitamente com a leitura na metade final do livro, que sem dúvida foi a parte mais poética, que contém, partes em que Saramago nos presenteia, não com um elefante rsrs, que seria por demais em preencher minha pobre casa, mas com descrições ou divagações sobre a falta de descrições que preencheram meu coração, me unindo aos personagens de maneira única e indescritível,

O livro ainda traz alguns temas interessantes, como o desespero da igreja católica com o protestantismo de Martinho a lhes bater à porta, com a diferença entre aqueles que nasceram para reinar e aqueles que nasceram para servir, tanto nas ideias díspares como presentar paquidermes, quanto em mudar não só o nome do animal quanto de seu cuidador, sendo estes batizados posteriormente, como Solimão e Fritz contra suas vontades.

Recomendo com certeza e estou ainda lerei muitos outros livros do autor que conta com uma bibliografia extensa e famosa por sua visão crítica.

Imagens via Google

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