sábado, 29 de junho de 2013

Precisamos Falar Sobre o Kevin




Livro: Precisamos falar sobre Kevin - 464 páginas                                                                                            
Autora: Lionel Shriver                                                                                                                                       
Editora: Intríseca



Essa resenha faz parte do Desafio literário 2013, mês de junho, romance psicológico.

O livro é como se fosse uma coletânea de cartas escritas por Eva Katchadourian ao seu marido, em que relata o seu dia a dia, depois de “a quinta feira ” e ao mesmo tempo visita antigas lembranças, dissecando-as como se procura-se entender, ou uma anistia, talvez uma redenção. Difícil saber e a gente acaba mergulhando, e ás vezes se sufocando, nessa angustiante dissecação.

Minha relação com a Eva foi extremamente complicada, ás vezes eu a compreendia, acreditava nas suas sensações, e até sentia as suas aflições e triunfos mínimos. Outras horas eu a odiava completamente, sentia raiva. 

"(...) pensei que nada mais poderia me horrorizar, ou magoar. Imagino que seja uma noção comum, essa, a de que já estamos tão avariados que a própria avaria, em sua totalidade, acaba nos deixando mais seguros."

"Veja só, tudo o que me fazia bonita era intrínseco à maternidade, e até mesmo o meu desejo de que os homens me considerassem atraente era uma imaginação do corpo projetada para expelir seu próprio substituto. (...) Sentia-me dispensável, jogada fora, engolida por um grande projeto biológico que não iniciei nem escolhi, que me produziu, mas que também iria me mastigar e depois cuspir fora. Eu me senti usada."

O marido de Eva é tão, tão chato, que eu não consigo entender o amor que Eva devota a ele, Ele é tão levado pela vida, olhando tudo como se tudo estivesse bem, independe do que aconteça, que eu queria sacudi-lo. Gritar com ele: O que mais você quer para ver que teu filho é um monstro?

O Kevin foi uma reação estranha, não o odiei, nem mesmo ante ao seu pior feito antes da “quinta -feira “,vendo-o sob o olhar de Eva, era como se isso já fosse esperado dele, só tivesse demorado para acontecer.

Gostei muito do estilo da autora, embora um tanto quanto difícil (no livro original, pelo que fiquei sabendo e também na tradução). Gostei principalmente da maneira como ela apresentava um fato, me deixando curiosa, depois discorria uma série de eventos para explicá-los, que quando o tema era solucionado, eu já estava tão envolvida na nova cena que já teria esquecido da curiosidade que me levou a ler mais aquele capítulo, parece complicado mas não ,a leitura é muito envolvente.

Esse recurso deve ser pouco usado, ou não tão bem usado, Pois li poucos livros que deixaram essa sensação em mim. Com certeza ele é difícil para o autor, pois exige uma ordem e um detalhamento na hora de escrever impressionantes.

Recomendo muito!

O final é massacrante, desculpe-me o trocadilho, mas a sensação foi essa mesma. Juro que não esperava aquilo, Fiquei tão atônita que estou louca para reler, mas ainda não tive coragem

As imagens do post são do filme, que eu ainda não vi, mas quero muito assistir por que dizem ser ótimo e para conhecer o trabalho de Ezra Miller, que me foi muito elogiado.






Quero muito o livro com essa capa, alguém quer trocar? hehe.

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